quinta-feira, 28 de março de 2013

Um dia pra vadiar

     Pra você ver como são as coisas. Novamente precisei passar uns dias em casa, de cuidados com o pequeno grande João. Se de uma vez foi conjuntivites, desta vez é a catapora. Causa um pouco mais de incômodo ao portador, mas da mesma forma não atrapalha sua serelepice. Pelo menos no caso do João.
     Mas não é do meu filho que pretendo falar, e sim da oportunidade que me foi apresentada. Oportunidade de passar um dia de vadiagem, de bater pernas e andar sem grandes preocupações por aí. É incrível perceber como um dia pode se tornar lindo, a partir do momento em que se tem algum tempo e nenhuma preocupação maior em mente. Parafraseando o poeta, "um dia pra vadiar"  mesmo que não seja em Itapoã.
     Desde minha adolescência, que às vezes acho que foi ontem, sempre considerei as tardes outonais como sendo de primeiríssima qualidade no quesito beleza. Quando se dá uma volta sem compromisso pelo bairro, admirando as sombras que a tarde vai fazendo nos morros e nas casas, conversando com conhecidos e desconhecidos, numa verdadeira vida de vagabundo, se pode notar com detalhes essa tal beleza.
     Isso remete aos tempos em que não tinha grandes responsabilidades, só estudava e andava por aí, admirando a vida e aproveitando o dia. Saudoso tempo, que não tem retorno, a não ser nesses breves momentos proporcionados pelo acaso. Vadiagem assim pode ser muito boa, mas por um breve período apenas conseguimos aproveitá-la. Os problemas e responsabilidades do dia a dia estão logo ali, a esperar por nós na virada da esquina.

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