Tenho
estado há dias sem escrever, apesar da coceirinha constante na ponta dos dedos.
Idéias fugidias aparecem sorrindo só pra desaparecerem quando lhes olho no
olho. Brincam de pique-esconde comigo. Mas não há de que, sou teimoso, sou cabeçudo
e sou filho de papai lá em casa. Futucando escritos de um poeta bem conhecido,
li que “escrever é exercício de sanidade”. Concordo, já discordando. E
teimando. Pois escrevo justamente para dar vazão à minha loucura. Só assim
libero o pensamento para correr por aí, feito um João Doido gritando atrás das
crianças, pelas ruas da pequena e velha cidade. Só assim me torno aquele que
gostaria de ser, livre de amarras e convenções. Que se lasquem as idéias
fugidias, pois que continuem brincando comigo. De minha parte vou me armando de
câmera imaginária e narrando os instantâneos e flagras que consigo capturar. E correndo
pelas ruas, gritando atrás dos sorrisos das idéias imaginárias, joão doido que
sou.
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