segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Uma ode aos amigos e aos cozinheiros



                Não confio em cozinheiros magros. Não tenho amigos que não sejam loucos. Sigo à risca estes conselhos. E consegui reunir ambos na mesma pessoa, cozinheira grande, grande cozinheira, amiga de primeira linha. Dessas de aparecer na sua casa no meio da madrugada, pipocando bombinhas e foguetes, à despeito do sono alheio. Do tipo que faz festa sem motivo, presenteia por prazer, sacaneia com vontade, ri desregradamente. Que pede socorro, que chora, que abre sua casa e sua vida para aqueles que lhe são benquistos. Que faz pratos maravilhosos, daqueles de se comer até empanturrar. Cozinheiros magros, vira e mexe, nos empurram pratos muito delicados, de se comer à boca pequena e com porções francesamente medidas. Desconfio que são assim também com sua amizade. Não é este o caso.
                Dizem que amigo de verdade te sacaneia só pra rir da sua cara enquanto você se lasca. Em compensação, em caso de briga já chega dando voadora. Tá na hora de dar uma voadora por aí. Só um minuto que vou procurar minhas asas.

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