quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Árvores, quintais e conjuntivites

      Graças a uma conjuntivite estou sendo obrigado a passar uma semana em casa acompanhando meu filho, o pequeno grande João. Uma doença besta, que faz com que a criança não possa ir à escola para não contagiar os colegas, mas não afeta sua capacidade de brincar e continuar sendo elétrica e agitada, como toda criança saudável. Não que exista alguma doença dessas comuns que seja capaz de deixar o João quieto. Bem, deve existir mas eu já vi algumas que deixariam outras crianças prostradas e que ao meu filho passaram incólumes nesse quesito.
      Hoje, numa linda tarde primaveril, ao som de chilreados passarinhais, pude acompanhá-lo no seu aprendizado de subir em árvore. E uma vez lá em cima, me encantei com seu assombro ao ver tudo de um ângulo diferente. É um aprendizado essencial a qualquer criança, e que infelizmente está em baixa. Não existem mais quintais, não existem mais árvores em quintais e raramente encontra-se uma criança que tenha um quintal ou uma árvore à sua disposição.
      Em tempos de eleições proponho a todos os políticos de todos os partidos uma lei revolucionária. Proponho que se torne obrigatório que toda criança tenha a seu dispor uma árvore para subir. De preferência frutífera. E com passarinho cantando por perto. E que todas as tardes primaveris sejam ensolaradas e de clima agradável, para que eu e o João, e outros pais e filhos, possamos nelas subir, aproveitar da sombra de suas folhas e dos balanços amarrados nos seus galhos.

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